quarta-feira, 29 de junho de 2011

Voo raso


Deixei ali, de lado...
Hoje resolvi tirar essas roupas de astronauta,
Coloquei dentro do baú os uniformes de aviador.
Quero meus pés bem colados ao chão.
E se entrar em meu avião, procurar por vôos rasos,
Desses que não dá medo de voar.
Ele vai gritar de fora da janela: COVARDIA!
E eu respondo daqui, com um grito de dentro,
Baixo e rouco: TENHO MEDO DE AMAR!
Mas o medo passa, a dor passa, porque sempre passa...
Mesmo o amor que entra pela porta, salta pela janela,
Sem dar tempo de dizer depressa, ou beijo de ameaça
Insinuando palavras como: VAI SENTIR SAUDADE!
E mesmo assim ele parte,
Tão logo eu fico só, e presa ao chão
Terra firme, e talvez amanhã, novamente e sem medos
Eu volte a voar.